Lula defende refinaria e relembra ações contra a Petrobras: “Processo de destruição”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quinta-feira (18), a Refinaria Abreu e Lima, na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, durante a cerimônia de retomada de suas obras.

“Esse dia é muito importante para o Brasil, para a Petrobras, para Pernambuco, para o povo trabalhador brasileiro e, pessoalmente, para mim”, afirmou Lula.

De acordo com o presidente, quando a refinaria estiver plenamente funcionando, irá faturar US$ 100 milhões por ano. A Petrobras planeja investir de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões na ampliação da sua capacidade de processamento de petróleo.

Segundo o Planalto, serão gerados cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos e um acréscimo de cerca de 13 milhões de litros de Diesel S10 (de baixo teor de enxofre) por dia à capacidade de produção nacional.

A construção do segundo conjunto de unidades da refinaria tem finalização planejada para 2028. Na data, o local terá capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia. O início das obras deve acontecer no segundo semestre deste ano.

A ampliação do primeiro conjunto de unidades, que proporcionará aumento de carga, melhor escoamento de produtos leves e maior capacidade de processamento de petróleo do pré-sal, deve ser concluída no começo de 2025.

Além disso, o projeto prevê a construção da primeira unidade SNOX do refino brasileiro, que será responsável por transformar óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto para comercialização. Sua operação deve acontecer ainda em 2024.

A construção da refinaria

Durante seu discurso, Lula ainda relembrou a história de quando pediu uma parceria para o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez para a construção de uma refinaria no estado.

“Por que eu queria fazer uma parceria com a Venezuela? Era porque o Brasil tinha um superávit comercial com a Venezuela de quase US$ 4 bilhões. E relação comercial entre dois países é bom quando você vende, mas você tem que comprar. É como se fosse uma avenida de duas mãos. Você compra e você vende e tem um comércio equilibrado”, explicou.

E como os venezuelanos não ofereciam nada para o Brasil, Lula propôs a compra de petróleo do país do vizinho para fazer a refinaria. O acordo foi feito, mas a Petrobras e a PDVSA não concordaram com a ideia dos presidentes dos países.

“O dado concreto é que, quando o Chavez concordou, a gente resolveu começar essa refinaria, mas nunca o Chavez colocou um centavo aqui”, disse.

A partir disso, Lula resolveu construir a refinaria apenas com os recursos brasileiros. “E eu posso dizer graças a Deus estamos fazendo ela sozinha, porque estamos fazendo com os nossos erros e com os nossos acertos”, finalizou.

Operação Lava Jato

O presidente afirmou durante sua fala que quando deixou a Presidência, em 2011, teve as contas de seus governos aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Congresso Nacional. E que apenas após cinco anos foi que começou o processo de denúncia contra a Petrobras, que resultou na Operação Lava Jato.

“E, na verdade, não era contra a Petrobras. Se você quisesse de fato apurar corrupção, você apura”, citou. “O que não pode punir é a soberania de um país como o Brasil e de sua maior empresa como é a Petrobras”, prosseguiu.

Lula disse que tinha “dó dos camisas laranjas da Petrobras”, em referência a roupa usada pelos funcionários da empresa, por eles serem chamados “de ladrões” devido às acusações.

“Toda vez que você quer ganhar uma disputa, você primeiro destrói moralmente a pessoa. Você inventa uma mentira, você conta qualquer cara, você inventa qualquer história e você martela aquela mentira até ela se tornar uma verdade na cabeça do povo.”

Posteriormente, o chefe do Executivo fez uma analogia entre seu papel na operação e a morte do ex-presidente Getúlio Vargas.

“E muita gente, como Getúlio Vargas, que governou esse país por 15 anos, de 1930 a 1945, depois voltou em 1950, eleito pelo povo, em 1953 criou a Petrobras, ele não aguentou os quatro anos de democracia e com a denúncia contra ele, se matou. Eu acho que eles imaginavam que poderiam fazer o mesmo comigo.”

Segundo Lula, pela repercussão da mídia que lhe chamava de “ladrão”, ele poderia “ter entrado numa sala, ter dado um tiro na cabeça, escrever uma carta e falar acabou”. Entretanto, aprendeu com sua mãe que “dignidade a gente não compra em shopping, a gente adquire é no berço, com a educação que a gente recebe”.

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Fonte: CNN

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