Sexismo, invasão do Capitólio, processos: Relembre polêmicas de Donald Trump

@radiopiranhas

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, está na disputa para comandar a Casa Branca mais uma vez. Ele não conseguiu a reeleição em 2020, perdendo para Joe Biden, mas o empresário nunca admitiu a derrota, alegando em diversas oportunidades, sem provas, que a votação daquele ano foi fraudada.

Antes, durante e após seu mandato, Trump colecionou uma série de polêmicas, assim como problemas na justiça.

Veja abaixo algumas polêmicas de Donald Trump.

Imigrantes “envenenam o sangue do país”

Em setembro de 2023, Donald Trump pontuou que imigrantes ilegais estão “envenenando o sangue” dos Estados Unidos, frase que foi classificada como racista e xenofóbica.

Em outubro, o porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, rejeitou as críticas ao ex-presidente como “absurdas”, argumentando que uma linguagem semelhante prevalecia em livros, artigos de notícias e na televisão.

Meses depois, em dezembro, o republicano voltou a usar o mesmo termo contra os imigrantes ilegais. Além disso, destacou que planeja a maior deportação da “história da América” caso seja eleito.

Trump caçoa de ferimento de guerra de senador

Durante um discurso em Iowa em janeiro deste ano, o ex-presidente caçoou de um ex-senador e ex-militar americano enquanto criticava o “Obamacare”, programa de assistência médica do governo dos EUA criado durante a gestão de Barack Obama.

Após dizer que o programa é uma “catástrofe” e que lutará por assistência médica “muito melhor” se for eleito, ele culpou John McCain por impedir os republicanos de, anos atrás, revogar e substituir o Obamacare.

Então, Trump disse que McCain, “por algum motivo, não conseguia levantar o braço, eu lembro, ele fazia assim”, fazendo um gesto indicando dificuldade para levantar o braço.

O ex-senador sofreu ferimentos graves na guerra do Vietnã, tendo sido mantido prisioneiro de guerra por anos. Ele morreu em 2018.

Linguagem sexista

Em 2005, o programa “Access Hollywood” acabou flagrando Donald Trump utilizando linguagem sexista, dizendo que tentou fazer sexo com uma mulher casada e se gabando de ser capaz de apalpar mulheres por causa de seu status de “estrela”.

O vídeo veio à tona apenas mais de uma década após ter sido feito, em 2016, pouco tempo antes das eleições presidenciais daquele ano.

No arquivo, Trump pode ser ouvido discutindo sobre mulheres em termos vulgares durante brincadeiras fora das câmeras.

Durante a conversa obscena capturada por um microfone de lapela que Trump usava, o empresário conta como tentou fazer sexo com uma mulher casada não identificada antes de se gabar de que se sente “automaticamente atraído por [mulheres] bonitas” e simplesmente começa a “beijá-las”.

Ele também afirmou: “Quando você é uma estrela, elas deixam você fazer isso. Você pode fazer qualquer coisa… agarrá-las pela vagi**. Você pode fazer qualquer coisa”.

Em sua defesa, Trump disse que não é uma “pessoa perfeita” e que o caso não reflete quem ele é. Ele reconheceu a autoria e disse: “Eu estava errado e peço desculpas”.

“Guerra civil poderia ter sido negociada”

Em 6 de janeiro, o republicano sugeriu que a Guerra Civil dos Estados Unidos poderia ter sido evitada por meio de “negociações”, argumentando que a luta para acabar com a escravidão nos EUA foi desnecessária e que Abraham Lincoln deveria ter feito mais para evitar o derramamento de sangue.

Trump não disse como teria evitado o conflito, que ele também chamou de “tão horrível, mas tão fascinante”.

A Guerra Civil dos Estados Unidos aconteceu entre 1861 e 1865, após estados do sul do país preferirem se separar do restante dos EUA a acabar com a escravidão. Já estados do norte eram favoráveis ao abolicionismo. Mais de 600 mil pessoas morreram nos combates.

Sumiço de pasta com informações ultrassecretas

Uma pasta contendo informações altamente confidenciais relacionadas à suposta interferência eleitoral russa nos Estados Unidos em 2016 desapareceu no final da Presidência de Donald Trump.

O fato alarmou autoridades da inteligência, pois alguns dos segredos de Segurança Nacional mais bem guardados dos EUA e de aliados poderiam ser expostos, disseram fontes familiarizadas com o assunto à CNN.

O desaparecimento da pasta foi tão preocupante que os funcionários dos serviços de inteligência informaram os líderes do Comitê de Inteligência do Senado no ano passado sobre os materiais desaparecidos e os esforços do governo para recuperá-los, ressaltaram as fontes.

Saiba mais sobre o caso através desta matéria.

Não reconheceu derrota nas eleições 2020

Donald Trump nunca reconheceu a derrota para Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020, alegando que o pleito foi fraudado.

Assim, o republicano entrou com pedidos de recontagem de votos, mas mesmo com a medida o Arizona e a Geórgia confirmaram a vitória do democrata.

O empresário também perdeu diversos processos na Justiça relativos às eleições de 2020.

Ataque de 6 de janeiro

Após não reconhecer que perdeu as eleições de 2020, Trump realizou um discurso a apoiadores no National Mall, em 6 de janeiro de 2021, repreendendo publicamente o então vice-presidente Mike Pence por não concordar com seu esquema de rejeitar os votos para Joe Biden.

Após discurso inflamando, seus apoiadores marcharam para o Capitólio, símbolo do poder nos EUA e sede do Congresso, onde estava acontecendo uma sessão conjunta para certificar a vitória de Joe Biden.

Segundo testemunhas ouvidas pela comissão da Câmara dos EUA que investigou o caso, ele foi responsável por incitar a invasão. Trump ainda enfrenta processos sobre o caso, como o que será analisado pela Suprema Corte.

Em 7 de janeiro de 2021, após pressão de aliados, assessores e parlamentares, o ex-presidente mudou o discurso, condenou o ataque ao Capitólio e admitiu que haveria a transição para o governo Biden.

Perdão a insurrecionistas e “louca Nancy”

Ainda assim, em maio de 2023, durante o CNN Town Hall, Donald Trump ressaltou que estava “inclinado” a perdoar “grande parte” das pessoas que foram condenadas pela invasão ao Capitólio.

Também durante o programa, culpou outras autoridades e a então presidente da Câmara, Nancy Pelosi — quem chamou de “louca Nancy” –, pelas falhas de segurança.

“Um dos grandes problemas foi aquela Nancy Pelosi – a louca Nancy, como eu a chamo carinhosamente. A louca Nancy e o prefeito de Washington foram acusados, como você sabe, pela segurança. E eles não fizeram o trabalho deles”, pontuou.

Sofreu dois processos de impeachment

Donald Trump sofreu dois processos de impeachment por seu período na Presidência.

A primeira vez foi em 2019, quando a Câmara dos EUA aprovou o processo por abuso de poder e por obstruir o Congresso. Entretanto, o Senado o considerou inocente das duas acusações.

O segundo processo foi sobre a invasão do Capitólio, no qual foi acusado de incitar insurreição. Na ocasião, a Câmara também votou para condená-lo, mas o Senado o absolveu.

Deixou o Acordo de Paris

O governo de Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo de Paris, um pacto mundial de combate às mudanças climáticas, em 4 de novembro de 2020. O acordo foi assinado em 2016, tendo sido assinado cerca de 200 países, incluindo o Brasil.

A medida causou polêmica e crítica de ambientalistas, visto que os EUA são um grande emissor de gases do efeito estufa.

O país voltou a ser signatário do Acordo de Paris em 19 de fevereiro de 2021, já sob a gestão de Joe Biden.

Processos na Justiça

Donald Trump enfrenta diversos processos na justiça dos Estados Unidos, no âmbito civil e criminal.

Ele é, inclusive, o primeiro ex-presidente ou presidente dos EUA a se tornar réu criminal.

Fraude em Nova York

Trump enfrenta um processo civil em Nova York sobre ter supostamente, junto a outros réus, cometido repetidas fraudes ao inflacionar ativos em relatórios financeiros para obter melhores condições em empréstimos imobiliários comerciais e apólices de seguro.

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, abriu o processo de US$ 250 milhões em setembro de 2022.

O juiz Arthur Engoron já decidiu que Trump e os seus filhos adultos são responsáveis por fraude por inflacionarem o valor dos seus campos de golfe, hotéis e casas.

Abuso sexual e difamação contra escritora

Em maio de 2023, um júri federal em Manhattan concluiu que Trump abusou sexualmente da ex-colunista E. Jean Carroll no camarim de uma loja de departamentos de luxo em meados da década de 1990. Foi estabelecida multa de cerca de US$ 5 milhões.

Um outro processo civil por difamação decidirá quanto dinheiro Trump deve pagar a ela.

Interferência eleitoral

Em agosto de 2023, Trump foi acusado por um grande júri federal na investigação do procurador especial Jack Smith sobre as eleições de 2020. O ex-presidente foi denunciado em um tribunal de Washington, DC, onde se declarou inocente.

O caso se baseia, em parte, em um suposto esquema para criar listas de eleitores falsos em estados-chave vencidos pelo presidente Joe Biden.

Trump quer que o caso seja arquivado, porque argumenta que as suas ações no final de 2020 e no início de 2021 se enquadram nas suas funções presidenciais e o tornam imune a processos judiciais.

Pagamento a estrela pornô

Donald Trump foi acusado pela justiça estadual de Nova York de disfarçar, como honorários advocatícios, na contabilidade de seu grupo empresarial, o suposto pagamento para a ex-atriz pornográfica Stormy Daniels.

Em troca, ela ocultaria, durante sua campanha a presidente em 2016, um caso extraconjungal que teriam tido. Stormy Daniels teria recebido US$ 130 mil por meio de Michael Cohen, então advogado da Organização Trump.

Trump negou ter um caso com Daniels.

Inelegível no Colorado

A Suprema Corte do Colorado decidiu que o ex-presidente Donald Trump é inelegível no estado. A decisão por 4 votos a 3 ressaltou que o empresário é constitucionalmente inelegível para concorrer em 2024, porque a 14ª Emenda da Constituição dos EUA proíbe que insurgentes ocupem cargos.

A decisão leva em conta sua conduta em 6 de janeiro de 2021, que os juízes do Colorado entendem que Trump participou de insurreição.

A decisão do Colorado está suspensa, enquanto se aguarda a resolução do caso pela Suprema Corte dos EUA.

Além disso, o secretário de Estado do Maine impediu Trump de participar das eleições primárias do estado em 2024, e a equipe do ex-presidente recorreu da decisão no tribunal estadual.

Documentos confidenciais em Mar-a-Lago

Em um processo federal, Trump foi acusado de desviar documentos sigilosos para sua residência no balneário de Mar-a-Lago, na Flórida.

O FBI, a agência nacional de investigações dos EUA, chegou a fazer buscas em sua residência na Flórida.

O Arquivo Nacional, encarregado de recolher e classificar o material presidencial, disse anteriormente que ao menos 15 caixas de registos da Casa Branca foram recuperadas em Mar-a-Lago, incluindo alguns registros confidenciais.

Caso da Geórgia

A promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, acusa Trump e outras 18 pessoas por conspirar para anular a vitória de Biden na Geórgia.

A acusação diz que “Trump e os outros réus citados nessa acusação se recusaram a aceitar que Trump perdeu e, consciente e voluntariamente, se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado da eleição em favor” do ex-presidente.

Em agosto do ano passado, o ex-presidente chegou a se entregar às autoridades e ser fichado. Ele se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ter uma “mug shot”, como a foto de fichamento é chamada nos EUA.

Ao menos quatro dos 18 réus se declararam culpados, evitando a prisão e concordando em testemunhar em momentos posteriores do julgamento.

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Fonte: CNN

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